quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Discriminação racial

É comum ouvir dizer que no Brasil já não existe mais racismo, preconceito ou discriminação. Ao mesmo tempo é impossível negar o alargamento das diferenças sociais e econômicas sofridas pela sociedade no decorrer dos séculos. Para entender estas diferenças é necessário voltar ao período de colonização do País, para perceber também, que há, através da história a perpetuação da discriminação.

a sociedade contribui para que o preconceito seja voltado para os negros. Durante a colonização do Brasil, as terras foram tiradas do poder dos índios, que se viram obrigados a trabalhar. Como não se adaptaram bem, por recusarem a escravidão, foram substituídos pelos escravos africanos. Os negros foram arrancados de sua pátria e trazidos para as Américas - um continente desconhecido, onde não lhes ofereceram nenhuma vantagem.

É exatamente essa mistura de raças que pode causar mudanças na sociedade. O Racismo ou Etnocentrismo, é a característica de um grupo racial que cria conflitos, tentando mostrar-se melhor que os outros.

"O preconceito é um relativismo individual que resulta em conseqüências graves. As pessoas por acharem que são melhores começam a desmerecer as outras".

Culinária africana

Negros trouxeram gosto por novos temperos e habilidade de improvisar receitas, misturando ingredientes europeus e indígenas. A escravidão deixou marcas indeléveis, em sua grande maioria negativas, na trajetória socioeconômica do Brasil. No que diz respeito ao legado cultural, porém, uma das heranças mais importantes da inserção dos negros na sociedade está na gastronomia. A influência africana na dieta do brasileiro possui dois aspectos. O primeiro diz respeito ao modo de preparar e temperar os alimentos. O segundo, à introdução de ingredientes na culinária brasileira.
A cozinha africana privilegia os assados em detrimento das frituras. O caldo é um item importante, proveniente do alimento assado ou simplesmente preparado com água e sal. É utilizado na mistura com a farinha obtida de diversos elementos. No Brasil, essa prática popularizou o pirão já conhecido pelos índios, mistura do caldo com farinha de mandioca e o angu (caldo com farinha de milho).
O modo africano de cozinhar e temperar incorporou elementos culinários e pratos típicos portugueses e indígenas, transformando as receitas originais e dando forma à cozinha brasileira. Da dieta portuguesa vieram, por exemplo, as galinhas e os ovos. Em princípio, eram dados apenas a negros doentes, pois se acreditava que fossem alimentos revigorantes. Aos poucos, a galinha passou a ser incluída nas receitas afro-brasileiras que nasciam, como o vatapá e o xinxim, e que resistem até hoje, principalmente nos cardápios regionais.
Da dieta indígena, a culinária afro-brasileira incorporou, além da essencial mandioca, frutas e ervas. O prato afro-indígena brasileiro mais famoso é o caruru. Originalmente feito apenas de ervas socadas ao pilão, com o tempo ganhou outros ingredientes, como peixe e legumes cozidos. O acarajé, hit da cozinha afro-brasileira, mistura feijão-fradinho, azeite-de-dendê, sal, cebola, camarões e pimenta. A popular pamonha de milho, por sua vez, origina-se de um prato africano, o acaçá.


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Cultura afro

No Brasil, os escravos indefesos e oprimidos pelas armas e chibatas dos senhores de engenho se entregavam ardorosamente aos cultos religiosos e danças litúrgicas exaltando o sentido de liberdade. O ritmo bárbaro dos instrumentos da percussão, aliados aos seus cânticos acres e misteriosos, exacerba-lhes as gesticulações, exagerava-lhes o salto, exercitava-os na ginga do corpo, dotando-os de extraordinária mobilidade, excepcional destreza e surpreendente velocidade de movimentos numa dança estranha, até então dança das Zebras. E, no laboratório da natureza, os simples gestos se transformam em movimentos de ataque e defesa diante dos olhos de seus opressores, que apenas observam, pois dança de escravo não merecia maior atenção. Enquanto dançavam, os escravos se adestravam na arte da simulada luta utilizando-se somente das armas que o próprio corpo podia lhes oferecer: pernas, braços e cabeça.
Se quiser se aprofundar mais nesse assunto, perquisamos no site http://www.culturanegra.com.br/

Família real


As origens

Em 1808, D. João VI, então regente de Portugal, decidiu deixar seu país para morar, por tempo indeterminado, no Brasil, que, na época, era Colônia portuguesa. Não, não era férias, nem uma “viagem de trabalho programada”. Foi fuga mesmo! Uma fuga espetacular, que trouxe mais de 15 mil pessoas, entre membros diretos da Família Real portuguesa, integrantes da nobreza (duques, barões, marqueses), e outras pessoas consideradas importantes por lá naquela época. Eles fugiam de Napoleão, que estava prestes a invadir o país. Essa visita gerou uma série de acontecimentos que culminaram na Independência do Brasil, em 1822.


O Brasil só teve dois imperadores de fato: D. Pedro I, que declarou a independência, e seu filho, D. Pedro II. Este teve três filhos; dois homens e uma mulher. Pelas regras de então (havia muitas, uma mais curiosa que a outra, como você vai ver ao longo desta reportagem), dava-se preferência aos homens como herdeiros do trono. Acontece que os dois filhos homens faleceram, fazendo com que a filha mulher fosse declarada a Princesa Imperial, ou seja, a herdeira oficial do trono. Estamos falando de Isabel, princesa que ficou famosa por assinar a Lei Áurea, que aboliu, pelo menos no papel, a escravatura no Brasil.
Muita água rolou desde então. No dia 15 de novembro de 1889, o Brasil virou uma república, e quem um dia foi rei, príncipe ou princesa, não era, a partir daquele momento, mais nada. Mesmo assim, a família continuou cultivando seus ritos e valores, como, por exemplo, a regra do casamento dinástico, que dizia que “sangue azul só combina com sangue azul”. Ou seja, se você fizesse parte de uma família real, só poderia casar com quem também tivesse parentesco direto com alguma família real.
Pedro de Alcântara era o filho mais velho da princesa Isabel. Caso o Brasil voltasse um dia a ser uma monarquia, ele tinha tudo para ser o herdeiro direto do trono. O problema é que ele se apaixonou por uma condessa tcheca que não tinha sangue real. Ou seja, tinha um título de nobreza (condessa), mas não era descendente de nenhuma família real do mundo
A princesa Isabel achou aquilo um absurdo e exigiu que o filho terminasse o relacionamento com a condessa, ou então renunciasse ao trono. Foi o que ele fez: renunciou, em nome de si mesmo e de todos os seus descendentes, ao direito de, algum dia, assumir o reinado brasileiro. O direito passou então para o irmão seguinte, D. Luis Maria Filipe, que manteve o título.
Estes dois filhos da princesa originaram os dois principais ramos da Família Real brasileira na atualidade: o ramo de Petrópolis, descendente de D. Pedro de Alcântara e o ramo de Vassouras, de D. Luis Maria Filipe. E a condição dinástica não é o único fator que os difere.

Bibliografia de Machado de Assis


BIBLIOGRAFIA DE MACHADO DE ASSIS
Comédia
Desencantos, 1861.Tu, só tu, puro amor, 1881.
Poesia
Crisálidas, 1864.Falenas, 1870.Americanas, 1875.Poesias completas, 1901.
Romance
Ressurreição, 1872.A mão e a luva, 1874.Helena, 1876.Iaiá Garcia, 1878.Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.Quincas Borba, 1891.Dom Casmurro, 1899.Esaú Jacó, 1904.Memorial de Aires, 1908.
Conto
Contos Fluminenses,1870.Histórias da meia-noite, 1873.Papéis avulsos, 1882.Histórias sem data, 1884.Várias histórias, 1896.Páginas recolhidas, 1899.Relíquias de casa velha, 1906.
Teatro
Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861Desencantos, 1861Hoje avental, amanhã luva, 1861.O caminho da porta, 1862.O protocolo, 1862.Quase ministro, 1863.Os deuses de casaca, 1865.Tu, só tu, puro amor, 1881.
Algumas obras póstumas
Crítica, 1910.Teatro coligido, 1910.Outras relíquias, 1921.Correspondência, 1932.A semana, 1914/1937.Páginas escolhidas, 1921.Novas relíquias, 1932.Crônicas, 1937.Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937.Crítica literária, 1937.Crítica teatral, 1937.Histórias românticas, 1937.Páginas esquecidas, 1939.Casa velha, 1944.Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956.Crônicas de Lélio, 1958.Conto de escola, 2002.
Antologias
Obras completas (31 volumes), 1936.Contos e crônicas, 1958.Contos esparsos, 1966.Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998
Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.
Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão.









Machado de Assis







Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando. Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês.